Alquimia Poética: palavras que transformam e transformam-se
quinta-feira, 6 de abril de 2023
sábado, 22 de outubro de 2022
Tainá
Estrelinha da manhã, pequenina Tainá,
Brilha-dia,
brilha-noite, brilha-brilha sem parar,
Vai no colo da titia,
vai no colo da maninha,
Brinca no colo do pai,
Mas seu colo preferido
é o colo da mãezinha,
Com olhinhos
cintilantes, com mãozinhas tão alvinhas,
Cheira orvalho da
manhã, pipoqueia alegria.
Estrelinha da manhã,
pequenina Tainá,
Brilha-dia,
brilha-noite, brilha-brilha sem parar,
Vai no colo da vovó,
vai no colo da vizinha,
Pula no colo do primo,
Mas seu colo mais
querido é colo da mãezinha
Com olhinhos
puxadinhos, com beicinhos tão dengosos,
É tão fofa, é tão
linda, é uma benção para a família!
quinta-feira, 2 de dezembro de 2021
Das coisas que aprendemos amar
Coisas que gosto mais que gente,
My cat, plantas,
teclados, my land,
As músicas que ouço das almas de cada gente.
Thamirys de Matos
domingo, 28 de março de 2021
Afinação
Por longas invernadas, de mão larguei minha lira.
Estacionei minha ânsia de leitura compulsiva.
Trancafiei em gavetas versos tímidos e paixões violentas.
Se, por um lado, bom foi remar em outros rios;
por outro, revirei páginas sem desarraigar alguns males.
Parte de mim se perdeu por onde nem vi.
Desacreditei em mim.
Em meus próprios potenciais, crescer, não me permiti.
Como a reencarnação daquele artista que levou peias de ninfas,
em águas turvas afundei minha cisma com versos, com cores,
com cantos, com traçados, com trançados,
com tudo que achava o inverso de um mundo miserável sem magia.
Mas algo submerge como régia-flor num recanto amazônico.
Do âmago ressurgem não apenas estímulos doloridos,
agora uma pulsão revigorante, carimbolante,
deliberada como quem, finalmente, solta lágrimas abafadas,
Ou alguém a gritar as angústias outrora silenciadas.
Feito uma criança a recolher artefatos entre areia e ondas,
Recolho meus fragmentos, meu musical instrumento.
É chegada a hora de afinar as cordas.
Thamirys de Matos
Além do casulo
Sufocadas, trancadas, silenciadas,
há tanto tempo, a esquecerem-se
na antiga esperança de tornarem-se aladas.
Em constante ficar engavetadas,
fiaram gaiolas de veleidades mascaradas.
Reviram-se os dias, trocam-se as vontades.
O eco do pilão vem ressoando com mais força.
A voz que parecia apenas uma tornou-se tantas.
Os sonhos já não eram apenas dela, também eram teus,
[tão nossos...
A vida já não era apenas dela, mas de tantas outras.
Chamas de audácia despertavam.
A debaterem-se em papiros perfuravam gráficas asas.
Nada mais calaria.
O ciclo da dormência findava.
Thamirys de Matos
segunda-feira, 11 de abril de 2016
No invitation.
It was a frozen crow.
It was a disgusting crow.
The poor girl didn't invite it.
How she'd have the courage to throw away the room that so dirty and helpless creature?