sábado, 22 de outubro de 2022

Tainá

 Estrelinha da manhã, pequenina Tainá,

Brilha-dia, brilha-noite, brilha-brilha sem parar,

Vai no colo da titia, vai no colo da maninha,

Brinca no colo do pai,

Mas seu colo preferido é o colo da mãezinha,

Com olhinhos cintilantes, com mãozinhas tão alvinhas,

Cheira orvalho da manhã, pipoqueia alegria.

Estrelinha da manhã, pequenina Tainá,

Brilha-dia, brilha-noite, brilha-brilha sem parar,

Vai no colo da vovó, vai no colo da vizinha,

Pula no colo do primo,

Mas seu colo mais querido é colo da mãezinha

Com olhinhos puxadinhos, com beicinhos tão dengosos,

É tão fofa, é tão linda, é uma benção para a família!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Das coisas que aprendemos amar

Coisas que gosto mais que gente,

My cat, plantas, teclados, my land,

As músicas que ouço das almas de cada gente.


Thamirys de Matos

domingo, 28 de março de 2021

Afinação

                                      Foto: Thamirys de Matos, 2020.              

                                

Por longas invernadas, de mão larguei minha lira.

Estacionei minha ânsia de leitura compulsiva.

Trancafiei em gavetas versos tímidos e paixões violentas.

Se, por um lado, bom foi remar em outros rios;

por outro, revirei páginas sem desarraigar alguns males.

Parte de mim se perdeu por onde nem vi.

Desacreditei em mim.

Em meus próprios potenciais, crescer, não me permiti.

Como a reencarnação daquele artista que levou peias de ninfas,

em águas turvas afundei minha cisma com versos, com cores,

com cantos, com traçados, com trançados, 

com tudo que achava o inverso de um mundo miserável sem magia.

Mas algo submerge como régia-flor num recanto amazônico.

Do âmago ressurgem não apenas estímulos doloridos,

agora uma pulsão revigorante, carimbolante,

deliberada como quem, finalmente, solta lágrimas abafadas,

Ou alguém a gritar as angústias outrora silenciadas.

Feito uma criança a recolher artefatos entre areia e ondas,

Recolho meus fragmentos, meu musical instrumento.

É chegada a hora de afinar as cordas.


Thamirys de Matos

Além do casulo

                                 Foto: Thamirys de Matos, 2020. 

 Sufocadas, trancadas, silenciadas,

há tanto tempo, a esquecerem-se 

na antiga esperança de tornarem-se aladas.

Em constante ficar engavetadas,

fiaram gaiolas de veleidades mascaradas.


Reviram-se os dias, trocam-se as vontades.

O eco do pilão vem ressoando com mais força.

A voz que parecia apenas uma tornou-se tantas.

Os sonhos já não eram apenas dela, também eram teus, 

                                                                    [tão nossos...

A vida já não era apenas dela, mas de tantas outras.

Chamas de audácia despertavam.


A debaterem-se em papiros perfuravam gráficas asas.

Nada mais calaria.

O ciclo da dormência findava.


Thamirys de Matos

segunda-feira, 11 de abril de 2016

No invitation.



 


It was an ugly crow.
It was a frozen crow.
It was a disgusting crow.
The poor girl didn't invite it.
How she'd have the courage to throw away the room that so dirty and helpless creature?

Thamirys de Matos

terça-feira, 16 de julho de 2013

Analysis of a gray soul

I tried to understand psychopathy of a lover,

in whose soul inhabited a rabid dog.
But I wasn1ta psychoanalyst,
or psychologist,
I'm just a poet and nothing else yet.
And neither Freud or Nise shook the grave
to give me an answer.
I tried.
And the foreboding took me to the escape ladder.